junho 09, 2012

Assinatura valiosa!


Já lá tinha ido, mas não guardei notas.
Recordo-me que gostei do ambiente. Era calmo e o serviço pronto e discreto.
Do que comi nessa altura, a sopa foi o que me marcou. Era um vulgar creme de feijão com couve, mas servida de uma forma que lhe deu um toque de classe inesquecível, facto que conjugado com a sua qualidade intrínseca, conhecida logo após a primeira colherada, tornou a experiência memorável.
A sopa chegou à mesa em dois tempos. Primeiro, em prato próprio, apresentaram-se a couve, em farripas mais grossas do que as do caldo verde e cozidas q.b., e umas rodelas de chouriço, de boa valia, levemente salteado. Depois chegou, num pequeno e elegante jarro, o creme de feijão, que foi vertido sobre a couve e o chouriço.
O creme, suave e adocicado, com o toque amargo da couve formaram em conjunto com o sal e a nota ácida do chouriço um conjunto de sonho!
Depois experimentei um tamboril assado com batatas de caldeirada. Fi-lo porque só o havia comido, até aquela data, com arroz.
Valeu a pena!
Voltei ao Assinatura recentemente e confesso que moderei a minha avaliação do restaurante.
Cheguei cedo. Fui mesmo o primeiro cliente a chegar para o almoço.
À chegada, ainda na rua, havia algum pessoal do restaurante na conversa e a fumar, o que não me pareceu bem, sobretudo se se considerar, que lá ficaram, dando a imagem de que eu não tinha importância.
Não gostei!
Mexeram na disposição do mobiliário, o que dá um toque de dinamismo, sempre interessante, mas pareceu-me que o espaço ficou mais escuro.
A comida, embora servida com menos aparato, voltou a estar em grande nível.
Comecei com um creme de feijão branco com ameijoas.
O creme estava muito bom e as ameijoas, que eram frescas, também.
Sublinho a frescura do bivalve para assinalar que há, de facto, muita diferença entre as ameijoas frescas e as congeladas.
Foi a segunda vez que experimentei a combinação de feijão com ameijoas e confirmei que é feliz.
Veio, depois, a corvina assada e mexilhões em xarém.
O peixe estava óptimo, sobretudo porque sabia a peixe e não estava seco.
O xarém com mexilhões, que acamava a corvina, estava cremoso, mas sabia bem a sua condição de actor secundário desta peça.
Em ambas as visitas prescindi da sobremesa, embora, pelos nomes e pelo que vi nas outras mesas, houvesse tentadoras opções.
Da segunda vez, bebi Vinha Paz tinto, servido a copo, que cumpriu na perfeição o seu papel de acólito.